sexta-feira, 27 de maio de 2011

Eu e a minha caneta!

Esta manhã, acordei e abri os olhos lentamente…O silêncio pairava sobre o meu quarto enquanto os raios de sol penetravam sobre a janela por entre as cortinas, os meus olhos não o olhavam de frente porque os raios já eram muito fortes, impossíveis de frente a frente os enfrentar.
Contudo uma manhã normal veio a tornar-se uma manhã estranha e cheia de mistério. Estava sozinho em casa quando me levantei da cama e ouvi uma voz que por mim chamava muito suavemente, uma voz tão suave que senão fosse a minha casa a estar tão silenciosa eu jamais a ouvia. Foi então que os meus ouvidos seguindo-lhe o rasto tentaram mostrar aos meus olhos o local de onde provinha essa voz fantástica que se fazia ouvir ainda eu mal tinha acordado.
Os meus olhos encontraram o sítio onde ela estava, dentro da minha mochila a minha caneta parecia ter ganho vida, apesar de quieta lá dentro, senti que algo estava diferente quando olhei para ela, mas não liguei porque quando lá cheguei a voz suave desapareceu, não sei se foi por medo, mas o certo é que os meus ouvidos deixaram de a ouvir. Virei as costas e ela falou algo:
 Espera aí! Não me vires costas por favor - Pediu-me a caneta com voz suave!
Diz! - Disse-lhe com ar desconfiado!
Não me vires as costas quando não me usas, preciso que me dês uso, não me uses apenas só quando precisas, usa-me sempre, até quando não precisares de mim usa-me porque é para isso que eu existo - Disse-me ela com voz determinada!
Queres que eu te use? – Perguntei-lhe espantado! Mas eu agora nem de ti preciso, não te quero usar neste preciso momento, porque haveria de o fazer? Eu quando precisar de ti, uso-te as vezes que forem precisas!
Sim, quero que me uses! – Afirmou com ar tristonho! Há pessoas que fazem o mesmo contigo, usam-te, gastam-te por completo, e tu nada fazes, nada dizes, nada expressas, mas eu sei que dentro de ti vai dor e sofrimento, mágoa e revolta, por isso, não uses ninguém, usa-me a mim.
Sim, tens razão!- Disse-lhe quase com lágrimas a escorrer pelo rosto! As pessoas que me usam fazem de mim uma verdadeira caneta, que vão usando dia-a-dia até que um dia quando já não precisarem de mim, a tinta acaba e deitam-me ao lixo, mandam-me para o lixo como se fosse um objecto assim como tu.
Sou um objecto que te compreende, que sabe o que estás a sentir, vinga em mim toda a revolta que as pessoas te fazem sentir quando te atraiçoam ou esfaqueiam pelas costas, a mim podes fazer tudo que quiseres, usa-me, deita-me fora quando não precisares, mas não desças ao nível dos que fazem isso contigo, o teu espírito é bem mais rico do que o dessa gente inútil - disse-me a caneta numa frase fatal!